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Viajando com um cão para os Estados Unidos

Olá, pet lovers!

Escrevi esse post para contar para vocês como é levar um pet para os Estados Unidos.

Em abril desse ano passei por esse processo ao levar a Zoe, uma cadelinha Schnauzer cliente minha, de Belo Horizonte para New York.

Vou relatar para vocês sobre as burocracias, os passos importantes e as dificuldades que tive! Vale lembrar que a minha experiência se refere apenas aos Estados Unidos, e que cada país tem suas próprias regras para importação e exportação de pets.

A mãe da Zoe se mudou para os Estados Unidos em fevereiro desse ano. Como no hemisfério norte ainda era inverno, a Zoe não pode ir com a mamãe dela e ficou hospedada com o tio Gustavo, da Personal Pet, até que a temperatura em NYC ficasse mais alta.

A primeira informação importante a saber é essa: as companhias aéreas não transportam pets para os Estados Unidos durante o inverno ou durante o verão. Se a temperatura do lugar de destino do pet estiver abaixo de 7ºC ou acima de 29ºC, a companhia aérea se reserva o direito de não transportar o pet. Isso se deve ao fato de uma temperatura muito alta ou muito baixa ser perigosa para a saúde do pet. Por isso, é essencial programar com antecedência a data da viagem para meses em que a temperatura esteja mais amena nos Estados Unidos.

A mãe da Zoe e eu escolhemos abril como a época ideal para levar a pequena. Em teoria, o inverno já teria acabado e estaria começando a primavera, então chegamos à conclusão que a temperatura local estaria dentro da recomendada.

Só que, em teoria, a prática é outra (como diria meu sábio pai).

O primeiro empecilho para nossa viagem foi justamente em relação à temperatura: o inverno desse ano no hemisfério norte demorooooou para ir embora! Poucos dias antes da viagem a temperatura média em NYC variava entre 0ºC e 4ºC. Aliás, na semana anterior à data da viagem chegou a nevar na cidade! Claro que fiquei com medo de não dar certo e de termos que remarcar a passagem.

Porém, como veremos mais adiante, deu tudo certo. Chegando ao aeroporto na data da viagem, a atendente me disse que a temperatura em NYC no momento era de exatos 7ºC. UFA! Respirei aliviada. Iríamos viajar conforme programado.

Outra coisa importante é em relação à companhia aérea escolhida para viajar com o pet. Eu tive auxílio de uma amiga incrível que trabalha com turismo e viagem, mas acho que, se tivesse que fazer a reserva e compra da passagem sozinha, teria passado aperto. Isso porque ao escolher qual companhia aérea usar, você precisa saber se ela transporta pets, qual o limite máximo de tamanho e peso do pet para ser transportado, como é feita a reserva do lugar do dele, se ele vai com você na cabine ou se vai no compartimento de bagagem… Isso varia de companhia para companhia. O pior é que não existem informações muito claras sobre esses detalhes importantes!

Para mim, foi essencial ter esse apoio para que a viagem acontecesse da maneira mais tranquila possível!

Nós optamos pela American Airlines, porque foi a única que forneceu informações claras sobre o transporte de pets. Compramos a passagem e fizemos a reserva do lugar da Zoe no compartimento de carga. Isso também é imprescindível: o pet pode ir na cabine ou no porão, dependendo da empresa, do tamanho e do peso dele. Como a Zoe tem quase 10 quilos (somando com a caixa de transporte dava mais ou menos 13 quilos) ela seria transportada no compartimento de carga. Se não me engano, o peso máximo para o pet ir na cabine é de 6 quilos (pet e caixa somados), mas algumas companhias sequer tem  a opção de o pet ir na cabine.

Para garantir o lugar do pet no avião é preciso entrar em contato com a companhia aérea para fazer a reserva o mais cedo possível, logo depois de comprar sua passagem. Há um número máximo de animais que podem ser levados em cada voo, então reservar o lugarzinho do seu pet é essencial.

Para a maioria das pessoas, a notícia de que seu pet não poderá viajar na cabine junto com você é inquietante. Claro que fiquei preocupada a princípio, mas depois relaxei. A Zoe sempre gostou da caixa de transporte. Quando andávamos de carro, ela sempre preferia ir dentro da caixinha do que no banco, com o cinto de segurança para cães. A impressão que tenho é que a caixa de transporte transmite segurança para ela.

É fundamental que o pet se sinta confortável e tranquilo na caixa de viagem dele, e isso vale para qualquer situação, não só para viagens de avião. Acostumar seu bichinho com a caixa de transporte vai tornar as idas ao veterinário mais agradáveis, por exemplo.

Antes da viagem a Zoe fez vários treinos de conforto na caixinha. Como eu comentei anteriormente, a Zoe já gostava de ficar na caixa de transporte, então os treinos com ela foram fáceis! Eu fazia da seguinte forma: abria a caixinha e esperava a Zoe entrar, assim que ela entrava eu dava um petisco. Depois fui aumentando a dificuldade, esperando ela ficar mais tempo dentro da caixinha antes de dar o petisco. Também fui deixando a caixinha cada vez mais interessante, colocando mantas e brinquedos. Logo, logo ela começou a achar a caixinha um lugar muito bacana. Nos últimos dias que antecederam nossa ida para os EUA fiz diversos passeios de carro com ela, sempre a levando na caixa, e pude ver que ela ficava bastante relaxada: no caminho para o aeroporto, por exemplo, a bichinha até dormiu!

Com a data da viagem marcada, logo comprei a caixa específica para transportá-la (o modelo escolhido foi esse), que deve seguir uma série de recomendações da companhia aérea. Por exemplo:

  • O cão deve conseguir ficar em pé e dar uma volta no próprio eixo sem dificuldades;
  • A caixa deve ter trava de segurança, para que o cão não consiga abrir a porta;
  • A porta da caixa deve ser de metal, nunca de plástico;
  • A caixa não pode ter rodinhas;
  • A caixa deve ser forrada com tapete higiênico ou panos (para o caso de o animal fazer suas necessidades).

Essas são alguns dos exemplos das exigências da American Airlines para a escolha da caixa de transporte, mas tem muitas outras, então é necessário verificar com a companhia antes de comprar a caixa (que costuma ser bem cara, inclusive).

Na Caixinha Toda Arrumada
Na caixinha toda arrumada

Com a passagem e a caixa de transporte garantidas, chegou a hora de resolver as questões burocráticas e sanitárias.

Os Estados Unidos é um dos países com menos barreiras para se levar um pet do Brasil. O mais importante, sem dúvida, é garantir que a vacina antirrábica esteja em dia! Como o Brasil é um país em que a raiva ainda não foi erradicada, é comum que os outros países tomem muito cuidado para que um animal infectado não entre no território deles e propague o vírus.

EM RESUMO, OS TRÊS PASSOS BUROCRÁTICOS PARA LEVAR UM PET PARA OS EUA SÃO ESSES:

1 – A vacina de raiva deve estar em dia, e não pode ser aplicada no animal faltando menos de 30 dias para o embarque – ou seja, esse deve ser o primeiro item a ser verificado para que dê tempo de regularizar, se for o caso.

2 – Agendar uma visita ao veterinário e solicitar a emissão do Atestado de Saúde. O veterinário deverá fazer um check-up geral no bichinho, verificar se não está com pulgas, vermes e outros parasitas, ou com algum outro problema de saúde. Por fim, o veterinário irá preencher o Atestado de Saúde contendo todos os dados do animal e, principalmente, o registro da vacina de raiva.

3 – Agendar visita na VIGIAGRO (Vigilância Agropecuária Internacional) para a emissão do Certificado Zoosanitário Internacional (CZI). Fiquem de olho: tem que agendar MESMO. Procurei o telefone da VIGIAGRO aqui em Belo Horizonte, liguei e marquei dia e horário. Aqui ela fica localizada no aeroporto internacional, eu acredito que na maioria das cidades também fique. Fui à VIGIAGRO com a Zoe e todos os documentos solicitados – vale perguntar certinho quais são, mas com certeza a Carteira da Vacinação do animal, o Atestado de Saúde emitido pelo veterinário e os dados da viagem. Não esqueça que o CZI deve ser emitido no máximo 5 dias anteriores à data da viagem (para cães) ou 10 dias (para gatos).

MUITO MUITO MUITO IMPORTANTE: se você não for o tutor do pet, você precisa de uma autorização do tutor para transportar o animal internacionalmente! Sem essa autorização a VIGIAGRO não pode emitir o CZI e você não poderá viajar com o bichinho.

Nesse ponto estávamos com as passagens compradas e a documentação prontinha. Chegou o dia da viagem!

Para preparar o dog ou miau para a viagem de avião, o melhor é conversar com o veterinário e ver o que ele recomenda. Alguns animais enjoam, então o vet pode indicar um medicamento para ajudar, por exemplo. O veterinário também orienta sobre a alimentação do pet nas horas antes da viagem. No caso da Zoe suspendi a ração nas oito horas antes do horário da viagem e depois só ofereci água, frutas e frango cozido sem tempero, por serem alimentos de digestão mais fácil. Nas quatro últimas horas antes do embarque a Zoe tomou só água. Para ela funcionou bem esse esquema, mas cada animal é único e terá suas demandas específicas!

Cheguei ao aeroporto com a Zoe com quatro horas de antecedência e fomos para o check-in da American Airlines. Na hora do check-in e embarque do pet é necessário chegar cedo e ter muita paciência.

MUITA

PACIÊNCIA!

É um processo lento e cheio de detalhes. É preciso ter toda a documentação em mãos – no caso de alguns documentos é necessário levar cópias – e bastante atenção para preencher os formulários. Entretanto, se você tiver tanta sorte quanto Zoe e eu tivemos, uma atendente simpática e prestativa irá te ajudar com tudo: quem nos auxiliou foi a Ana, atendente da American Airlines no Aeroporto de Confins, que foi um amor, dedicada, bem-disposta e fez tudo parecer muito mais fácil. Obrigada, Ana!

Esperando No Check-in
Esperando no check-in

Quando chegamos ao check-in a atendente já até sabia meu nome, por que eu era a única passageira com reserva para transporte de um cachorro. Ela conferiu a documentação da Zoe, verificou peso e medidas da caixa, pediu que eu preenchesse alguns formulários e colocou etiquetas específicas na caixa (aquelas de “carga viva”, “frágil”, etc.). Como eu falei lá no começo do post, a Ana verificou a temperatura em New York para ter certeza que poderíamos embarcar sem risco. Ainda bem que conseguimos!

Por fim, a atendente pediu para eu embarcar a Zoe quando estivesse faltando apenas 30 minutos para o embarque dos demais passageiros. As companhias aéreas preferem que o animal embarque no último minuto possível, justamente para evitar stress desnecessário.

Levei a Zoe para dar uma volta no aeroporto, beber água e fazer suas necessidades antes de embarcar. Esse último passeio foi ótimo para ela embarcar mais tranquila! A doguinha entrou na caixinha e logo dormiu.

Ah, uma coisa legal! Para tornar a viagem da Zoe menos estressante fiz algumas melhorias na caixinha de transporte dela. Convoquei minha mãe, que é muito habilidosa, e colamos feltro na parte de dentro, forrando a caixa toda. Colocamos tapetes higiênicos – para o caso dela fazer algum xixi durante a viagem – e preparei uma mantinha bem macia e quentinha para colocar na caixa. Para finalizar, a Zó escolheu um brinquedinho para acompanha-la na viagem. Como já era de se esperar, ela escolheu o Sr. Macaco, o preferido da branquela.

Zoe embarcou e eu logo depois. Mesmo sabendo que ela ficaria bem, não consegui sossegar até que perturbasse todos os atendentes do voo e o próprio piloto para que eles me garantissem que a Zoe estava segura. Já entrei no avião perguntando à primeira atendente: “estou levando uma cachorra comigo, ela está no compartimento de carga, você pode verificar se o lugar está aquecido e pressurizado, por favor?”. Juro que só sosseguei até o piloto ir falar comigo que ele estava ciente que havia carga viva no bagageiro e que tudo estava nos conformes. Não que eu seja chata, sou apenas determinada!

Horas depois, pousamos nos Estados Unidos em segurança.

Cheguei à América!
Cheguei à América!

Logo depois que passei pela imigração pude pegar a Zoe na área das malas. Parece estranho, mas quando um pet viaja no compartimento de carga o lugar onde você o encontra na chegada no aeroporto é junto com as malas mesmo, em uma área que eles chamam de “bagagem fora do padrão” (em inglês, “odd-sized baggage”).

Ela estava bem, mas muito cansada da viagem. Assim que saímos do aeroporto eu a tirei da caixinha e ela quis fazer um super xixi – imagino que ela estava segurando a viagem toda, porque ela não fez dentro da caixa. Zó também tomou muita água, mas não quis comer. Isso já era esperado. Se uma viagem longa deixa a nós, humanos, meio fora do eixo, imagina como é para um pet?

A mãe da Zoe havia reservado, com bastante antecedência, um taxi de uma companhia que transporta pet. Essa é uma outra questão que precisa ser pensada dias antes da data da viagem, porque é raro encontrar um taxi (ou outro tipo de transporte como ônibus, carros de aplicativo, etc.) que aceite transportar cães e gatos. Nós optamos por ter essa segurança de que haveria um taxi que levasse a Zoe sem nenhum problema.

O motorista que nos buscou foi muito solícito e gente boa, falou para eu tirar a Zoe da caixinha para ela ficar mais à vontade no carro e foi o caminho todo me falando sobre como ele gostava de bicho. Escolha perfeita de motorista! Zó estava tão cansada que olhou a paisagem só um pouco, e logo caiu no sono no meu colo.

Indo Para A Casa Da Mamãe
Indo para a casa da mamãe
Soninho No Taxi
Soninho no taxi

Por fim, a Zoe chegou à casa da mamãe dela, onde foi recebida com muito amor e emoção.

Ela está se adaptando bem à vida nova, superando desafios (apartamento novo, vizinhos desconhecidos, frio) e começou a frequentar uma creche para fazer atividades durante o dia.

As saudades que sinto da fofinha são enormes, mas fica a sensação feliz de saber que ela está começando uma nova etapa da vida dela junto com a mamãe!

Obrigada Por Tudo, Zoe! Eu Amo Você!
Obrigada por tudo, Zoe! Eu amo você! <3

Espero que vocês tenham gostado do post enorme contando toda a saga da mudança da Zoe! Se você tiver alguma dúvida sobre viajar com pets, comenta aqui embaixo ou me mande um e-mail. Vou adorar esclarecer dúvidas!

Beijos!

Carol

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